quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL


Só duas palavras, a propósito da data ontem vivida:
 
Antes de repelir o que não queremos, é da mais elementar higiene intelectual e moral, afirmar a nossa identidade. Do que somos, se há-de inferir o que rejeitamos.
 
Raras vezes, para não dizer nunca, vi melhor hino ao 1.º de Dezembro do que aqui se lê. Não é rompendo em diatribes contra Castela que uma nação se constitui. Portugal restaura-se a partir do dia em que cada Português procure merecer a honra de ser considerado um aristocrata.
 
Nos sombrios tempos que correm, a plebe ruge e a nação consente: são amargos os frutos que comemos. Mas, enquanto não mudarmos, também não temos direito a melhor sorte.

E a plebe, onde se encontra? Ela vem ocupando Belém, pulula em S. Bento, enche o Governo e infecta os Tribunais. Mostra-se nos salões elegantes e também desce, visitando os recantos de má fama. Tão depressa se esconde no segredo das alfurjas tenebrosas, como, vociferante, salta à praça pública. Conhece, e de que maneira, todos estes sítios: instilou-se neles e domina-os.
 
Que a Imaculada Conceição, cuja festa se aproxima, salve esta grei pela via da santificação e por outra que é a do combate. Que é um santo? --- O santo é o herói da virtude. Que é um bom guerreiro? --- O guerreiro audaz tem a virtude do heroísmo.
 
Ambos são aristocratas!

Joaquim Maria Cymbron