segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

UM DEPOIMENTO LÚCIDO


O texto que segue mostra como o Miguelismo não deve entrar em contubérnios de espécie alguma. Só alça voz por quem unir a legitimidade de exercício à legitimidade de origem; para os cortesãos, guarda uns títulos como guloseima que se dá às crianças mimadas e rabugentas. Há-os de todas as cores, desde o baronato ao marquesado e ao ducado, não deixando no esquecimento condes nem viscondes.
JMC  

 
"Há já muito que penso fazer aqui uma pequena publicação relativa à saída de um administrador e consequente saída (voluntária ou não) de um número elevado de membros.

A razão da saída do J M Cymbron, de quem sou amigo e admirador, deveu-se à presença neste grupo de ortodoxos. Poder-se-à julgar excessiva a atitude do JMC, mas analisemos.

Este grupo reveste-se de um certo secretismo, não é de acesso público. Cremos assim poder ter alguma privacidade nas nossas observações e, quem sabe, acções - existe portanto uma vontade política. Caso contrário seremos considerados uns tertulianos que gostam de exibir a sua sabedoria e apresentar magníficas citações de autores que todos admiramos.

Estando já na esfera política e, esperava e espero, da actividade política pública, é obrigatória a coerência entre o ideário e as acções.

Uma vez que temos tantos amigos carlistas connosco, decidi ir ao ideário da CTC - Dios, Patria, Fueros, Rey - foquei-me só na primeira parte:

" Dios

I. El Carlismo proclama como base sustancial de su Ideario político su fe en Dios Creador, Señor y Legislador tanto de los individuos como de las sociedades; en la Realeza de Jesucristo, fundamento de toda legítima autoridad, y en la Iglesia Católica, por El fundada, única verdadera.
 
II. En su consecuencia, asume el Derecho Público Cristiano integrado por el Derecho Natural, la Revelación y el Magisterio de la Iglesia, al que, bajo su exclusiva responsabilidad, ajustará sus normas de gobierno.
 
III. Por ello el Carlismo, consecuente con el ideal de NADA SIN DIOS proclama que no sólo al hombre sino también a toda organización social o política alcanza la obligación de cumplir los deberes para con Dios y con la Religión verdadera, por lo que el Estado debe:
 
a) Reverenciar públicamente a Dios como Supremo Señor y Legislador y profesar la Religión Católica, única verdadera y que además ha sido elemento determinante de nuestra nacionalidad, vínculo supremo de unidad de los pueblos hispánicos e ideal de su proyección en la historia universal.
 
b) Conformar las leyes y actos de gobierno a los principios naturales y cristianos enseñados e interpretados por el magisterio auténtico de la Iglesia Católica, procurando la instauración de estructuras políticas y sociales que, sirviendo al bien común temporal, faciliten al hombre la consecución de su fin último sobrenatural.
 
c) Preservar la general creencia religiosa del pueblo español frente a los ataques que puedan menoscabarla, sin perjuicio del debido respeto a los legítimos derechos de la persona y de los criterios que se deriven de las realidades sociológicas de la nación y en última instancia del bien común de los españoles y de la Iglesia Universal.

IV. El Estado y la Iglesia, como sociedades perfectas y soberanas en sus respectivos órdenes natural y sobrenatural concordarán, mediante los protocolos e instrumentos jurídicos idóneos sus mutuas relaciones y su respectiva intervención y competencia en aquellas materias en las que confluyan aspectos e intereses temporales y sobrenaturales."
 
Para eles, como para nós, a Igreja Católica é a única e verdadeira. Assim sendo, como pode um grupo tradicionalista português ter nas suas hostes um Bispo Ortodoxo? É este um grupo um movimento ecuménico? Revestimo-nos da armadura da Fé, da Honra, da Seriedade e atraiçoamos os nossos princípios por motivos de simpatia ou cordialidade.

Mais há a dizer: a quantidade nunca foi sinónimo de qualidade. Exibe-se aqui perante uma plateia que já é considerável uma série de frases ou textos lapidares que muito aplaudimos. Achamos que é bem, tradicional, português, legítimo! Quantos membros andam por aí a ostentar a bandeira que traíu o Trono verdadeiro. Mais uma vez virá a explicação que há que cativar esses para as nossas hostes, e eu pergunto, o que se fez nesse sentido?

Existe entre nós uma enorme confusão entre ser tradicionalista e conservador. O Tradicionalismo, que penso ser o que nos une, não é usar um bigode enrolado, ir aos toiros, ouvir fado e dar vivas ao Rei. E isso tem que ficar cabalmente explicado. Aquele a quem é atribuída a pretensão ao Trono está neste momento envolvido num esquema maçónico gravíssimo, nega o Legitimismo, nega o seu passado e o seu Sangue! Alguma vez foi levantada a questão neste grupo?

Escrevi porque creio que poderá estar a chegar a oportunidade de oiro para nos afirmarmos e lembrar às pessoas que existe outra via além do capitalismo e do comunismo! Creio que chegou a hora de nos decidirmos e definirmos!

Recebei um abraço em Cristo-Rei."

João Dias Coutinho