Peço a atenção dos leitores para este texto do blogue Sine Die, que em seguida transcrevo, após o que deixo o meu comentário:
É Natal, ninguém leva a mal
Bem vistas as coisas, o Natal, momento nuclear da nossa civilização, é arrasador para nós, pais biológicos: São José foi apenas pai afectivo (o pai biológico, se assim o poderemos chamar, terá sido o Espírito Santo); Nossa Senhora foi afinal uma mãe de aluguer, por escolha divina; o Menino Jesus, o mais incensado dos bebés, foi afinal criado por uma família afectiva, com o sucesso que sabemos.
Que podemos nós, pobres pais biológicos, alguns de nós carregados de filhos, fazer para melhorar a nossa imagem? Não será talvez melhor abandonarmos os nossos filhos biológicos, triste produto da luxúria ou mesmo do acaso, e reconvertermo-nos em pais afectivos dos filhos dos outros?
COMENTÁRIO:
No mundo islâmico, um texto que tratasse qualquer figura sagrada ou dogma da religião muçulmana com a mesma ignorância e o mesmo mau gosto, se não desencadeasse a fúria sanguinária dos crentes de Alá, certamente provocaria amargos de boca ao seu autor.
À luz da moral católica, houve violação de alguma norma? Não me repugnava aceitar que a forma, como o tema foi abordado, preenchesse um ilícito consumado com dolo eventual.
Mas, antes ainda, conviria ter em conta que Eduardo Maia Costa é o mesmo autor do comentário à beatificação dos 498 mártires da guerra civil espanhola de 1936-1939, o qual também foi transcrito, com publicação neste blogue a 29NOV07. Quem verteu aquela enormidade, insinuando a simpatia da Igreja Católica pelo franquismo como causa decisiva de um acto puramente canónico, está materialmente autorizado a proferir os dislates que queira.
Portanto, mais do que ofensa à religião e ao senso comum, temos que o asno orneia de novo.
Joaquim Maria Cymbron