sábado, 22 de dezembro de 2007

À MÃE QUE NÃO QUERIA SEU FILHO



Mulher,
que, afinal,
decidiste ser Mãe,
embala o fruto
das tuas entranhas.

A balada, que ele ouve,
não mais a esquecerá,
porque ali soou
o teu amor de Mãe.

Mulher,
que te engrandeces
tocando o sublime
na dimensão de Mãe,
acalenta a vida
que, em teu seio, desponta!

É teu filho!
E isto chega
para dele fazer
o mais belo adorno
que tu podes ter!

Um dia, verás
que esse filho
te paga a dobrar,
querendo-te o mesmo
que os outros querem
a suas Mães,
e querendo-te ainda
por o teres querido,
depois de o não querer!


ESCÓLIO:

Ainda há pouco a liturgia vestiu galas para celebrar a Imaculada Conceição de Maria Santíssima, e já se prepara para os augustos mistérios do Natal.

Todos os excelsos predicados, que são atributos da humilde virgem de Nazaré, desposada com um varão da casa de David, têm um fundamento que é único e insuperável – o de ser Ela Mãe de Deus.

Por todo o lado, se fere a família com duros golpes. E onde a família não se mostra sã, aí periga a sociedade. Sendo a sociedade para o homem e não o homem para a sociedade, o perigo está em que, morrendo a sociedade, é o homem que se perde. Se queremos salvar a sociedade e, com ela, o homem, temos de restituir à mulher a sublime condição que é a sua aptidão de ser mãe.

A mãe é pedra angular da família e via privilegiada de salvação. Se a caridade, conforme se lê em S. Pedro,1 «cobre a multidão dos pecados», uma maternidade santa é talvez a caridade de que o nosso mundo anda mais precisado.

Por isso, agora que não tarda a chegada do Deus-Menino, é que deixei aqui estes versos. Unir, pelo elo da maternidade, qualquer mulher com a Mãe de Jesus, não rebaixa a Virgem Puríssima, mas eleva a mulher que se torna Mãe!

Joaquim Maria Cymbron

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