O Grão-Duque do Luxemburgo avisou que não assinaria qualquer lei que autorizasse a eutanásia e o suicídio assistido. A reacção logo se fez conhecer: o chefe do governo procurou modificar a Constituição, negando esse poder ao soberano.
Na Grécia antiga, Platão defendeu como necessário à cidade ideal que os filósofos reinassem ou que os reis fossem filósofos (1). Sábia máxima, que descobria uma nobre intenção: a aliança entre saber e poder.
Hoje, a mentalidade é de destruição: para que se acelere o caos, urge que os eunucos sejam reis ou que os reis acabem eunucos.
Os poucos, que resistem, são execrados pela plebe. Plebe é o clero, a nobreza e o povo em estado apodrecido!
Entretanto, os sinos das nossas igrejas estão prontos para tocar as festivas notas que anunciam o nascimento do Salvador. Em qualquer altura do ano, mas especialmente nestes dias, impõe-se que tributemos apreço e rendamos o nosso aplauso, a quem prova com tanta coerência a solidez da sua fé.
Não o detiveram respeitos humanos; não curou de saber o que iria agradar às paixões da turbamulta; nem recuou perante o risco de isso vir a custar-lhe os títulos deste mundo. Tomou a decisão que se exige a um católico.
Se nos lembrarmos que, nas suas veias, corre sangue do último Rei de Portugal, então a admiração, muito legitimamente, transforma-se em orgulho. E pode ele estar certo que foi digno do Rei-Confessor, seu Avô.
Joaquim Maria Cymbron
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- A República, Liv. V.
JMC
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